terça-feira, 1 de agosto de 2017

O dente do poeta... arquivado no Rio


Um verdadeiro patrimônio cultural brasileiro, 
o Real Gabinete Português de Leitura 
 - a maior biblioteca portuguesa fora de Portugal - 
foi criado em 1837 
por ilustres imigrantes portugueses. 

Hoje possui uma biblioteca pública com mais 350.000 títulos e obras raras, como a primeira edição de Os Lusíadas de Luís de Camões, de 1572 e manuscritos autógrafos como o da peça Tu só, tu, puro amor de Machado de Assis; o do romance Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco e o do Dicionário da Língua Tupy de Gonçalves Dias, além de jornais, revistas e vasta correspondência de escritores. Recebeu o título de "Real" em 1906, atribuído pelo rei D. Carlos. 

Desde 15 de Março de 1935, quando pelo decreto nº 25.134, o governo português lhe concedeu o benefício de "depósito legal", o acervo do Real está em atualização permanente, em termos do que se edita em Portugal. O Real Gabinete tem ainda uma coleção de numismática e um acervo artístico de qualidade, com pinturas, esculturas e pratarias dos séculos XIX e XX.

Com a pedra fundamental lançada em 1880 pelo Imperador D. Pedro II, a atual sede foi inaugurada em 1887.


Em meio às edições raras, como Os Lusíadas e outros tomos seculares, repousa no Real Gabinete Português de Leitura, o "xodó" do gabinete. É o manuscrito de 'Amor de Perdição', de Camilo Castelo Branco. Ele o escreveu em 15 dias quando estava preso no Porto. É único no mundo.






Há ainda na instituição um inusitado e dos mais exóticos itens, um suvenir do poeta português. Trata-se do dente do escritor e poeta arcadista Camilo Castelo Branco (1825 - 1890), que foi parar na coleção depois de atormentar o autor de Amor de Perdição até ser finalmente extraído em uma intervenção radical. Encontra-se numa vitrine na sala da diretoria.

Medindo menos de 2 centímetros, a relíquia ganhou um artigo inteiro dedicado a ela em uma edição da publicação Relações Luso-Brasileiras.



O incisivo chegou ao Real Gabinete doado por um amigo do escritor juntamente com uma coleção(chamada de "camiliana), formada por inúmeros livros, cartas e documentos pertencentes ao escritor.

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