domingo, 3 de julho de 2016

A famosa questão dos terrenos do bairro do Leblon...


... deixados pelo grande cientista
Álvaro Alvim a seus filhos
foi considerado, nos meios forenses,
a mais longa demanda do judiciário carioca.

Álvaro Alvim

A causa, encerrada em 1961, girava em torno do direito de propriedade da chamada "Chácara 92", que ocupava quase a metade do Leblon.

Começou em 1894, com uma ação executiva de Álvaro Alvim contra o comerciante e grande proprietário José Arnaldo Machado.

Nesta ação Álvaro Alvim arrematou a Chácara 92, desdobrada, depois em mais mais de uma centena de lotes.

O devedor e depois seus herdeiros embargaram a arrematação, sob vários fundamentos. Desde então várias ações foram tentadas contra os herdeiros de Álvaro Alvim, todas sem êxito, até que finalmente em 1960, a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado reconheceu, definitivamente, os direitos dos herdeiros de Álvaro Alvim.

Na longa demanda grandes nomes da cultura jurídica tomaram parte. Seu primeiro patrono foi Pires Brandão, um dos maiores advogados da época. Rui Barbosa deu parecer na questão, logo no início.Outros nomes de notáveis como Virgílio de Sá Pereira, Mário Guimarães, Vítor Nunes Leal, Dario de Almeida Magalhães e, finalmente, Alcino de Paula Salazar, atuaram no processo.

Os terrenos de Álvaro Alvim, quando foram arrematados, valiam em média 3 contos de reis ( 3 mil cruzeiros, valor de 1961 quando da execução da sentença) por chácaras de 30 a 40 mil metros quadrados e o metro quadrado no Leblon já valia em média 30 mil cruzeiros.

Em 1961, para efeito de taxas judiciárias foi avaliada em 200 milhões de cruzeiros.

Os herdeiros de Álvaro Alvim foram três: Laura Alvim, Mariana Alvim e Álvaro Alvim Filho.

E AÍ SURGIU UM CONDOMÍNIO DE LUXO

O terreno da Chácara 92 transformou-se em um condomínio de luxo.Onde caberiam 20 prédios, a incorporadora imobiliária Veplan construiu, em 1969, somente três: o edifício Carême, com frente para a Av. Delfim Moreira; o edifício Bougainville, com frente para a rua General Urquiza; e o edifício Flamboyant, com frente para a Av. Bartolomeu Mitre.




Durante a construção

O três prédios integram o Condomínio Chácara 92, que possui área total de 7.000 metros quadrados, sendo mais de 5.000 metros quadrados são de áreas de lazer (com enorme piscina), jardins projetados por Burle Marx, e até mesmo um mini zoológico!

O mais nobre dos 3 prédios é inequivocamente o edifício Carême - Avenida Delfim Moreira 710 -  com 2 apartamentos por andar, cada um deles atendido por um elevador social exclusivo, área interna de 353 metros quadrados, distribuídos por 4 quartos (um deles suite de frente para o mar do Leblon), sala íntima, escritório (também voltado para o mar do Leblon) e 2 quartos de empregada.




Um comentário:

  1. Gostei bem de ler. O Leblon, quando nos mudamos(mais ou menos 1947) era ainda um bairro desprezado, o Rio chic acabava no Bar 20, em Ipanema. O Leblon era ainda um vasto areal, pouquíssimos prédios, algumas casas grandes e chics, de famóçoas importantes. E quando, no colégio, eu falava que mnorava no bairro, vinha logo um olhar de pena, até de desconhecimento....Interessante que anos depois trabaslhei ma Veplan e vi nascerem os prédios...

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