quarta-feira, 15 de junho de 2016

O Rio de Janeiro noir...

...em um passeio pelo bairro de Copacabana, do personagem mais longevo da literatura policial brasileira, Espinosa,  criado por Luiz Alfredo Garcia-Roza  há 20 anos, no romance ‘O silêncio da chuva’.

  
Luiz Alfredo Garcia-Roza

“O silêncio da chuva” (1996), foi o romance de estreia do autor, que venceu os prêmios Jabuti e Nestlé, onde a Copacabana noire do inspetor Espinosa é repleta de tipos curiosos demasiadamente humanos, e um bairro ao mesmo tempo trivial e extravagante. Como escreveu Rubem Fonseca, “o Rio não é aquilo que se vê do Pão de Açúcar”.

Copacabana de Espinosa

O mundo do Espinosa é aquele que está incrustado no triângulo formado pelo Bairro Peixoto, a Hilário de Gouveia e a praia.

Começa na Trattoria, um restaurante italiano na Rua Fernando Mendes, em Copacabana,  onde o protagonista marca registrada, delegado Espinosa, costuma fazer grande parte de suas refeições, à mesa favorita, à esquerda, perto da janela. O cardápio da casa vai do ravióli à calabresa ao espaguete com camarões ao funghi tartufado.


Espinosa possui uma estante de livros e é um grande frequentador de sebos e livrarias, lê muito. Um deles, o Baratos da Ribeiro, do antigo local da Rua Barata Ribeiro. No início, o então inspetor trabalhava na Praça Mauá.

O crime de “O silêncio da chuva” começa no Edifício Central, e a delegacia que atende ali é a 1ª DP. Depois, o nível financeiro dele como inspetor seria muito baixo para seu padrão de vida e ele foi promovido a delegado na 12ª DP, na Hilário de Gouveia .

Em frente ao departamento de polícia, na esquina com a Barata Ribeiro, está o bar Pavão Azul, onde Espinosa gosta de fazer refeições rápidas  - a rabada com agrião, por exemplo - , tomar um chope e degustar as pataniscas, o famoso petisco português feito de bacalhau.


Outro local marcante para os leitores do delegado Espinosa é o Baalbek,“o árabe da Galeria Menescal”, uma passagem comercial que liga a Avenida Nossa Senhora de Copacabana à Rua Barata Ribeiro, onde Espinosa passa frequentemente para comprar quibes e esfirras. Aberto pelo libanês José Chaachaa, em 1959, o estabelecimento é dirigido por seus cinco filhos.



O criador do Espinosa, Garcia-Roza, rompeu uma barreira que havia contra o romance policial no Brasil: deu força para o noir brasileiro.

Passando pelo charmoso Hotel Santa Clara, todos os caminhos de Espinosa levam à Praça Edmundo Bittencourt, no Bairro Peixoto, onde o delegado vive num prédio de três andares, janela francesa e balcãozinho e cria um mundo dentro do universo que é Copacabana, protagonista de suas histórias.




Bairro Peixoto




fotos: reprodução/internet








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