segunda-feira, 13 de abril de 2015

Achados arqueológicos do Centro do Rio

As obras de modernização da cidade do Rio,
ao mesmo tempo que constroem  o futuro,
revelam o rico passado da história da cidade.

 As escavações em vários sítios  nos mostram isso.

Cais do Valongo

Considerado um dos mais ricos e completos acervos sobre negros escravos já descoberto no mundo, o material recolhido no Cais do Valongo ajuda a contar a história da escravidão no Brasil. Foram encontradas centenas de milhares de peças, entre objetos das classes dominantes (faianças e peças de adorno) e aqueles associados aos escravos (cachimbos, aneis de piaçava, seixos e conchas. Na primeira etapa do estudo, foram contabilizados 325 mil itens, mas ainda há material para ser catalogado e contabilizado. Foi escavada uma área em torno de 4.000 metros quadrados.


Sítio das Marrecas

Nos arredores das ruas Evaristo da Veiga e Marrecas, no Centro do Rio foram encontrados os alicerces do Hospício de Jerusalém, que pertenceu aos padres da Terra Santa e existiu no século XVIII, a partir de 1733. Próximo a um dos alicerces, foi encontrada uma área com cerâmicas indígenas tupis-guaranis e ossos de animais e conchas de moluscos, além de grande concentração de carvões, faianças portuguesas, porcelanas chinesas e telhas coloniais. Também foram recolhidos objetos de africanos escravizados, como defumadores de cerâmica. Para os arqueólogos, os achados são uma evidência de que os grupos formadores da população carioca - índios, negros e brancos – interagiram em um mesmo espaço nos primeiros séculos da colonização.


Rua Primeiro de Março

Há fortes indícios de que a primeira casa que existiu no terreno tenha pertencido a Manuel de Brito, nobre português que chegou ao Brasil com Estácio de Sá, fundador da cidade. A partir do século XVII, a área original foi dividida em lotes menores, passando a compor um quarteirão. Em frente ao prédio dos Correios há marcas de estacas das casas de estuque do século XVI, estruturas construídas de casas do século XVII, cachimbos nativos e africanos, faianças portuguesas e espanholas dos séculos XVI, XVII e XVIII, fragmentos de potes afrobrasileiros e europeus, balas de canhão e cerâmica nativa. 

Igreja de Santo Antônio e entorno

Num quarteirão de 100 metros quadrados, com três áreas, as escavações revelaram não apenas os hábitos de consumo dos moradores e comerciantes que habitaram aquele pedaço da cidade, mas a própria ocupação urbana. Naquela área, foram feitos muitos aterros de ruas. Foi encontrado o piso e parte das fundações da antiga igreja, de 1811. Ossadas de 226 pessoas enterradas no antigo cemitério, além de moedas do século XIX, ossos de boi, garrafas e vidros de perfumes e de elixir e faianças.


Cine Plaza

Ao iniciar o trabalho na área do antigo Cine Plaza (construído na década de 1930 e fechado desde os anos 1980), as equipes surpreenderam-se ao achar as estruturas de um imóvel. Pelos registros históricos, concluíram que se trata dos alicerces do Palacete de Antônio Araújo de Azevedo (1754-1817), primeiro conde da Barca. O imóvel foi construído em 1811 e demolido em 1937, após um incêndio. Ele veio para o Brasil na esquadra que transportou a família real. Ao desembarcar no Rio, o conde trouxe na Nau Medusa sua livraria, mais tarde adquirida pela Biblioteca Nacional; uma tipografia completa, que deu origem à Imprensa Régia; uma rica coleção mineralógica; além de instrumentos para estudo de química. Ele se instalou na Ilha Larga d’Ajuda 42, hoje Rua do Passeio, onde montou um laboratório de química.



É a cidade redescobrindo sua origem.

 

 Fonte:  GLOBO on line

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