sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Edifício Colombo


A história da Avenida Rio Branco e do seu entorno teve no arquiteto Paulo Santos um dos seus grandes estudiosos .

 Quis o destino que o Edifício Colombo — projetado por ele em 1938 — fosse um dos três a sucumbir à tragédia no Centro.



Edifício Colombo ,
Rua Manoel de Carvalho nº 16,

esquina com av. 13 de Maio
reprodução internet

Em textos de Paulo Santos, percebe-se a ousadia do então prefeito Pereira Passos de levar à frente o alargamento, em 33 metros, e o alongamento — em 1.800 metros — da então Avenida Central. Com seu bota-abaixo ao longo do caminho, Pereira Passos retirou dezenas de famílias da região.


Em 1904, o prefeito nomeado pelo então presidente Rodrigues Alves promoveu um concurso de fachadas e prédios para o boulevard com toque francês que virou um cartão de visita da cidade. Surgiram, ao longo da grande reta, prédios de feição eclética, com uma bela mistura de estilos daquele tempo.

Da iniciativa de Passos, nasceram joias como o Teatro Municipal. A reforma de Passos trouxe à via refúgios para pedestres, galeria de águas pluviais, arborização. É muito triste que logo o edifício projetado por Paulo Santos (o Colombo) tenha sido destruído.

arquiteto Paulo Santos

Santos, foi um fervoroso defensor das edificações daquela área, assegurando, nos anos de 1970, o tombamento de alguns ícones arquitetônicos: além do Teatro Municipal, o do Museu de Belas Artes, a Biblioteca Nacional e o Clube Naval.

Paulo Santos atuou como arquiteto através de sua firma Pires & Santos, durante mais de 30 anos. omo curiosidade, cabe ressaltar que nesse escritório começou a estagiar Sergio Bernardes.

Dessa firma nasceram, por exemplo, o Edifício Pimentel Duarte que foi um dos primeiros a serem construídos na Praia de Botafogo (1936), a Escola Técnica do Exercito (ETE), na Praia Vermelha, em 1939/1940.

Edifício Pimentel Duarte, praia de Botafogo

Como membro do conselho consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Santos também lutou pela preservação do Palácio Monroe, do Jockey Club e do Derby Club na Avenida Rio Branco. Sem sucesso, no entanto: os três foram demolidos em meio a grandes polêmicas. Santos fundou a historiografia da arquitetura e do urbanismo no Brasil.

O Edifício Colombo estava à frente de seu tempo.

O valor arquitetônico do prédio de Paulo Santos na Avenida Treze de Maio era enorme. Com seus dez andares, o estilo do Colombo fugia do ecletismo encontrado na Rio Branco. Era art déco com características do modernismo que só se consolidariam mais tarde, com a construção do Edifício Gustavo Capanema, inaugurado em 1947.

"O edifício com os traços de Paulo Santos apontava para o futuro. E agora faz parte do passado".



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