sexta-feira, 30 de abril de 2010

Miss Guanabara

Ah!... o Miss Guanabara deixou saudades.

Título de miss já foi sinônimo de muito glamour, de audiência de uma Tv que começava.

Quantas disputas comentadas! Quantas capas de revistas! Quantas discussões sobre resultados!

A partir de 1954, quando os concursos se tornaram oficiais, então, começaram os tempos áureos, mas, por esse tempo, o concurso ainda elegia Miss Distrito Federal.

No Rio, a miss era escolhida entre representantes dos clubes e instituições cariocas, ao contrário de outros estados, entre representantes de cidades. E isso esquentava a competição com torcidas. Dessa época lembramos as duas cariocas que se tornaram Miss Brasil com suas presenças marcantes: Adalgisa Colombo, representante do Botafogo de Futebol e Regatas, em 1958, a primeira carioca a ser Miss Brasil - que renunciou durante o reinado por estar de casamento marcado, mas nunca perdeu a coroa - e Vera Regina Ribeiro em 1959, representante do Clube Vila Isabel.

E aí a capital se mudou e veio o Miss Guanabara.

Começou em 1960, com o glamour e a novidade do Rio se transformando em estado e acontecendo com toda a pompa. Antecedia o Miss Brasil . Os estados brasileiros se apresentam... Assim começava a canção das misses. Quem lembra?
A primeira Miss Guanabara foi Gina MacPherson, que acabou também se elegendo Miss Brasil.



Durante os anos 60, quando o Maracanãzinho recebia um público de 30000 espectadores. Era garota e curti muito esse tempo. Foi Miss Guanabara, em 1961, Alda Coutinho , em 1962 Vera Lúcia Saba ,em 1963 Vera Lúcia Maia, em 1964 Vera Lúcia Couto dos Santos , em 1965 Maria Raquel de Andrade, em 1966 Ana Cristina Ridzi, em 1967 Vera Lúcia de Castro, em 1968 Maria da Glória Carvalho e em 1969 Mara de Carvalho Ferro.

O concurso de Miss Guanabara traz, à tona, algumas curiosidades.

A candidata Geórgia Quental foi proibida de se inscrever no primeiro concurso, depois de uma reunião dos dirigentes de todos os clubes. A revista Manchete, da época disse:

...Geórgia é manequim profissional. E o que pode haver de mal nisso? Um manequim sabe desfilar, já foi selecionado por sua beleza e as outras entrariam quase sem chance. De qualquer maneira Geórgia foi ao Maracanãzinho e muita gente lamentou que não entrasse no concurso. Em 1959, Geórgia Quental tinha tentando ser candidata ao título de Miss Distrito Federal, mas Mena Fialha, proprietária da Casa Canadá, para onde Geórgia desfilava, preferiu apoiar Adalgisa Colombo, que também era manequim.
E a saga das Veras ? Outra curiosidade.
Parecia que bastava ter esse nome pra vencer.
Mas essa história... fica pro próximo post.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Carolina... o tempo passou na janela

Esse verso de Chico Buarque, me lembra uma outra artista esquecida da memória carioca: Carolina Cardoso de Menezes. O tempo passou na janela e seu talento, sua arte não são mais falados e escutados.

Compositora e pianista carioca, fez sucesso na Era do Rádio, onde trabalhou nas principais delas, como Tupi, Educadora e Mayrink Veiga. Pianista eclética, gravou gêneros estrangeiros também, inclusive compôs foxes. Intérprete por excelência de Ernesto Nazareth, foi a responsável por introduzir o piano no choro e considerada, por muitos, uma das precursoras do rock no Brasil,
com sua composição Brasil Rock, de 1957.
Carolina Cardoso de Menezes participou da histórica gravação do samba Na Pavuna, de Almirante e Homero Dornelas.
O pesquisador Sérgio Cabral em seu livro No tempo de Almirante conta essa participação:
  • "Almirante, que além de ter criado a letra da segunda parte e as três batidas que se seguem ao coro de "Na Pavuna" (certamente o ‘gimmick’ da música), improvisou durante a gravação, chamando o ritmo com o grito "escola" e introduzindo um breque: "Olá seu Nicoláu, quer mingáu?", ganhando, em troca, uma resposta bem humorada de Carolina Cardoso de Menezes ao piano. Carolina, por sinal, começa tocando a introdução e não tira mais a mão do piano, até o final da gravação".
Garimpando, alguns LPs da carreira de Carolina Cardoso de Menezes e suas belas capas.


Se quiser fazer download deste disco em MP3, clique AQUI.
Clique abaixo e ouça uma das faixas desse LP:
Com que Roupa, de Noel Rosa


Carolina nos deixou no dia 31 de dezembro de 1999, aos 83 anos.
Os mais próximos afirmam que ela faleceu, levando consigo a tristeza de não ter sido convidada para participar do encerramento da minissérie Chiquinha Gonzaga , produzida pela TV Globo, em 1999.










domingo, 25 de abril de 2010

Custodio Mesquita, 100 anos


Esse ano é um ano de muitos centenários na nossa MPB.
Nesse domingo de abril o carioca do bairro de Laranjeiras, Custódio Mesquita, completaria 100 anos.

Compositor de harmonias requintadas fizeram de Custódio Mesquita de Pinheiro um dos grandes nomes dos anos 30 e 40, quase sempre citado como o Tom Jobim de seu tempo. Pianista virtuoso, regente , foi o precursor da moderna música brasileira. Algumas de suas canções têm um clima vanguardista, para a época, antecipando arranjos que somente seriam vistos durante a bossa nova. Teve parceiros musicais notáveis como Mário Lago, Sadi Cabral, Noel Rosa, Paulo Roberto, Orestes Barbosa dentre outros e suas composições foram sucesso nas vozes de Orlando Silva, Aurora Miranda, Carmen Miranda, Mario Reis, Silvio Caldas e tantas outras belas vozes.


Custódio Mesquita entre Aurora e Carmen Miranda,
intérpretes de suas músicas, durante um cruzeiro à Buenos Aires.


Infelizmente Custódio Mesquita está praticamente esquecido. Nenhuma regravação, nenhum lançamento, nenhum show está aí para relembrar as suas melodias, nessa data.

As últimas releituras de suas canções já têm tempo. Em 1974, Gal Costa regravou Saia do caminho, e três anos depois Nana Caymmi e , também, Miúcha e Tom Jobim a regravaram. Maria Bethânia , em 1977, regravou o samba Promessa e em 1983, Cauby Peixoto regravou Mulher.

Pena.

Mas deixamos aqui pequena amostra. Vale clicar e ouvir.







sábado, 24 de abril de 2010

Rio de Janeiro... em tempo eu te amo

Nesses tempos de tanto desrespeito à cidade,
vale citar a bela canção CARIOCA DE ALGEMA,
de Carlos Lyra e Milor Fernandes.

Eu gosto do mundo
que é meu lugar
Gosto mais do Rio
que é de gostar
Rio tanta cor,
Rio tanto mar
Vou morrer um dia,
morrer amando
Amando o Rio
Rima com calor,
rima com luar
Esse Rio lindo cheio de mar
De montanhas verdes, feitiços mil
Rio, mar que explode, reflete a vida
Num céu de anil
Rio, essa cidade igual não tem não
Aumenta as batidas do coração
Rio tão gostoso, assim carnoso
Me faz sentir tão pecaminoso
Sou moço guloso é de viver
Vou viver no Rio até morrer
Rio me provoca como um poema
Me prende e faz mais um carioca
De algema...
Perdoem senhores que não falo a esmo
O valor maior é da vida mesmo
Que vem e me entrosa num Rio assim
O amor de verdade é
que é cidade Maravilhosa...pra mim!

Carioca de Algema dá título ao álbum de Carlos Lyra, de 1994. Vale ouvir!


Como também sou carioca de algema, assino embaixo desse belíssima letra.

Em tempo: a expressão " em tempo eu te amo" no título desse post é de outra linda canção de Carlos Lyra, desse mesmo álbum, e também dedicada à cidade.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dia de São Jorge


O feriado é carioca desde 2001. Desde este ano a cidade pára pra reverenciar seu santo de proteção às suas lutas.
Uma das tradições desse dia é a Cavalgada. A festa acontece há quase 50 anos, em Santa Cruz, desde 1963, após uma epidemia de febre amarela atingir a região, quando devotos do santo prometeram organizar uma grande procissão, todos os anos, caso a epidemia acabasse. Imediatamente os casos cessaram e a população foi salva.

Esse ano, pela primeira vez, o Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta vai participar da cavalgada, com cerca de 4 mil cavaleiros, que sairá do Largo do Bodegão, no final da tarde, às 17h 30m.

A homenagem ao santo começa sempre cedo, com a alvorada às 5h da manhã, seguida de missa, na tradicional igreja - Igreja de São Gonçalo e São Jorge - da Rua da Alfândega, 382, no Centro, onde, ao longo do dia, imensas filas se estendem pela Avenida Presidente Vargas, para reverenciar o Santo Guerreiro. Às 8h, uma carreata com a imagem de São Jorge sai em direção à Igreja de São Jorge, em Quintino, na Rua Clarimundo de Melo, 769.

Esse ano, às 14h, começará a homenagem ao Santo, em frente à Igreja da Ressurreição, na Rua Francisco Otaviano, e logo após começará a procissão motorizada. Mil motociclistas vão sair em direção à Igreja de São Jorge, no Centro.

Ao lado do Jorge dos altares, também existe o Jorge dos terreiros. São Jorge é o orixá Ogum, deus afro-brasileiro, deus da guerra, que nunca deixa um filho seu sem resposta. A ligação de São Jorge a Ogum é algo puramente brasileiro, com forte influência da cultura africana.

E para reverenciar o Jorge dos terreiros, no bairro carioca de Padre Miguel, na Rua Figueiredo Camargo, acontece a tradicional Festa em Homenagem a São Jorge, organizada pela Federação Brasileira de Umbanda.


Seja qual for a fé , hoje, nesse 23 de abril, se comemora uma grande devoção carioca.


Igreja da Rua da Alfândega, durante a alvorada

Curiosidade:
Em 1850, a então Igreja de São Jorge,

na esquina das ruas Luís de Camões
(à época, rua de São Jorge) e a Gonçalves Ledo,
estava em lamentável estado de conservação, e,
a igreja de São Gonçalo deu acolhida à imagem do Santo.
Daí Igreja de São Gonçalo e São Jorge.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Desrespeito ao Rio

Ontem o evento surpresa da Igreja Universal do Reino de Deus na praia de Botafogo causou vários transtornos a quem queria curtir o feriado.
O evento estacionou milhares de ônibus - 4000 ônibus(!) - por ruas do Flamengo, Botafogo, Centro, fechando dezenas de ruas, e impediu a livre circulação de carros e transportes em geral; fechou as pistas do parque do Flamengo que há mais de 20 anos durantes fins de semana e feriados são áreas de lazer. Ontem não foi. Lá só tinha ônibus. Fotos aéreas chocam, mostrando o que aconteceu.
Mas hoje o susto foi outro.
Nunca se viu tanta sujeira. Nem mesmo em réveillon ou carnaval.
Cheiro de urina dominava um bairro inteiro. O Parque do Flamengo - além de tombado pelo IPHAN, uma unidade de conservação do meio ambiente - amanheceu em estado lastimável. Papel e restos de comida, embalagens espalhadas impunemente. Uma cena triste e revoltante. Indescritível.
O meio ambiente, os moradores do local e a cidade do Rio de Janeiro foram ignorados e desrespeitados pelos organizadores do evento e de quem daquilo que aconteceu, participou. E pior, de quem autorizou.
POUCO CASO!
Uma pergunta que ficou sem resposta: como uma Prefeitura fecha ruas, um parque, praticamente dois bairros inteiros, acessos a toda Zona SUL, sem , pelo menos consultar seus moradores ? Com certeza, mais uma vez, como nos desabamentos e enchentes recentes, o que aconteceu mostra, DE NOVO, por parte da Prefeitura, o despreparo, a ignorância do que realmente iria acontecer, e sua dimensão.
Depois do ocorrido, veio o pedido de desculpas do Prefeito. Desculpas? Será que é por aí?
O RIO QUE MORA NO MAR não podia se calar.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Há 50 anos...

...o Palácio do Catete , que durante 63 anos foi o coração do Poder Executivo no Brasil, e que 18 presidentes por lá moraram, se esvaziou.

Após a transferência da capital para Brasília, o palácio que no tempo do Império foi o Palácio Nova Friburgo e símbolo do poder econômico da elite cafeicultora escravocrata do Brasil oitocentista, encerrou outra fase de sua história. Construído entre 1858 e 1867 pelo comerciante e fazendeiro de café Antônio Clemente Pinto, Barão de Nova Friburgo, em estilo eclético, teve trabalho de artistas , entre eles o arquiteto Gustav Waehneldt e os pintores Emil Bauch, Gastão Tassini e Mario Bragaldi.


Foto: reprodução/cartão postal


Vinte anos após a morte do Barão e de sua esposa, 1889, o Palácio foi vendido à Companhia do Grande Hotel Internacional - mas não chegou a ser hotel - e, depois ao maior acionista da Companhia, o conselheiro Francisco de Paula Mayrink. Em 18 de abril de 1896, durante o mandato do presidente Prudente de Moraes, o Palácio foi adquirido pelo Governo Federal para sediar a Presidência da República, anteriormente instalada no Palácio do Itamaraty.

Grande reforma foi executada sob a orientação do engenheiro Aarão Reis e artistas como Antônio Parreiras, Décio Villares e o paisagista Paul Villon(jardins) participaram.

O palácio foi cenário político que presenciou as declarações de guerra à Alemanha, em 1917, e ao Eixo, em 1942, e, nesse mesmo ano, a implantação do Cruzeiro como sistema monetário nacional; a recepção aos Reis da Bélgica, em 1920, e a hospedagem do Cardeal Pacelli, posteriormente Papa Pio XII; o polêmico sarau organizado por Nair de Teffé, esposa do presidente Hermes da Fonseca, quando pela primeira vez a música popular - o Corta Jaca de Chiquinha Gonzaga - era interpretada em um salão aristocrático; os momentos de comoção nacional, como o velório do presidente Afonso Pena, em 1909, e o suicídio de Getúlio Vargas, em 1954.

Juscelino Kubitschek,
infelizmente, encerrou a era presidencial do Palácio do Catete, com o Decreto Presidencial de 8 de março de 1960. A partir de então, ele começou a ser organizado para abrigar o Museu da República, inaugurado a 15 de novembro do mesmo ano.


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Esse vídeo não é carioca, mas fala de coisas que por aqui acontecem com uma frequência indesejada. Por irresponsabilidade, descaso, falta de seriedade e respeito a leis, aos outros, a si mesmo.

É importante deixar esse registro. Por isso coloco esse vídeo.

Uma das maiores empresas de marketing do mundo, resolveu produzir esse vídeo - criado pela TAC (Transport Accident Commission) - que teve um efeito forte na Inglaterra.

Infelizmente não temos este tipo de iniciativa aqui no Brasil. Assassinos do volante matam impunemente, pagam fiança e vão para casa.

Uma mensagem PARA TODOS.


domingo, 18 de abril de 2010

Pra dar água na boca_2

No último dia 1º de março, aniversário da cidade, no Morro Da Urca, 20 jurados escolheram o pão que melhor representava a Cidade Maravilhosa. Assim foi eleito o Pão de Açúcar do Rio .

A criação do chef padeiro Christophe Lidy leva uma massa folheada que reproduz em miniatura as formas dos morros Pão de Açúcar e da Urca. Seu recheio é de compota de maçã e, por fora, recebe crocantes de castanha de caju com açúcar.

O pão que foi eleito representa o pão oficial da cidade do Rio de Janeiro,na “Rio + Design. Everywhere. Look around”, feira de exposição de produtos de designers do Rio de Janeiro, que está acontecendo em Milão.

O Pão de Açúcar do Rio será comercializado em 30 padarias certificadas pelo SEBRAE/RJ.

Pra dar água na boca, a foto da delícia.


sábado, 17 de abril de 2010

Pra dar água na boca

Está acontecendo neste fim de semana no Copacabana Palace o 2º COPA FEST, que reúne o melhor da nossa música instrumental.
Especialmente nessa noite de SÁBADO teremos o Chico Pinheiro Quarteto, capitaneado por Chico Pinheiro, reverenciado como um dos maiores guitarristas do seu tempo.



Após, o compositor, cantor e pianista Marcos Valle , que apresenta o show Jet Samba, sucesso mundo afora, com inéditas e releituras sofisticadas de seus clássicos.



Fechando a noite, no Golden Room, o pianista Cesar Camargo Mariano e seu trio.



Pra fechar o festival , no DOMINGO, a partir das 18 horas, uma jam session com Osmar Milito, seu trio e convidados.


Pra curtir de longe é só clicar no nome das "feras" , ouvir e saborear .

sexta-feira, 16 de abril de 2010

O preparado que dá "IT"

Esse slogan da década de 30 entrou em todas as casas brasileiras, e transformou o Leite de Rosas no produto mais almejado da época.

Produto carioca nascido no Bairro de Laranjeiras, Zona Sul do Rio, foi presença constante nas revistas mais famosas da época, como "Fon-Fon", "Jornal das Moças" e "Revista do Rádio". E até Carmem Miranda e sua irmã Aurora, foram suas garotas-propaganda.

Na vanguarda do seu tempo, Leite de Rosas foi o primeiro anunciante a mostrar moças de biquini em suas peças de publicidade e fazer anúncios coloridos.

Abaixo, um clássico




onde trecho do seu texto destaca:

"O frasco do Leite de Rosas está, hoje,
em todos os lugares onde se cultua a beleza,
a elegância e o bom gôsto.
Consagrado em vários países,
como o mais eficiente e aconselhado embelezador da mulher,
sua presença é a nota de requinte no toucador da Eva moderna."

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Arpoador mais uma vez...

... e sempre. Vale a pena!

Ontem a canção que citava suas ondas, hoje uma imagem que ficou na lembrança.


Arpoador, anos 50. Quanta diferença!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mais uma linda bossa

Nesse mês de abril está saindo um novo álbum, Declaração, de Roberto Menescal e Wanda Sá, trabalho no qual eles revisitam o clima do disco Wanda Vagamente - e comemoram esse trabalho- o primeiro LP de Wanda Sá, lançado em 1964 e o primeiro arranjado e produzido por Menescal.



Capa do Lp de 1964 - gravadora RGE


Nesse álbum a nova - e linda - Sapatos Felizes, parceria de Menescal e Abel Silva, que acabei de ouvir. Pra dar água na boca, a letra...


Hoje eu vou ver meu amor
Quando a noite chegar
Hoje eu quero que o tempo
Não tenha tempo mais
De se atrasar


Enquanto a tarde desliza
Tão lenta pra minha aflição
Meu coração me avisa
Pra escolher


Só os segredos mais lindos
Pra oferecer a você
Ver sua boca sorrindo
E só a gente sabendo o porquê


Que bonito a nossa cidade ilumina
As passarelas pro amor
Ondas do mar na retina
O Arpoador

Minhas sandálias felizes
Desejam os sapatos de alguém
E é por isso que o tempo agora corre
Parece voar...

E no meu peito coração vai batucando
Só pra noite chegar
A cidade acende as luzes e anuncia
Eu vou te encontrar
Vou ver meu amor

Meu sorriso vai abrindo, meu caminho
Eu vou te encontrar
Vou ver meu amor

E essa tarde vai morrendo mansamente
Só pra noite brilhar
Vou ver meu amor...

domingo, 11 de abril de 2010

Hoje se comemora o dia da Divina Misericórdia

A Misericórdia, grande devoção católica, desde muito foi marco na cidade. Começou por batizar um caminho que se tornou importante no percurso da geografia carioca: a Ladeira da Misericórdia, inicialmente chamada de Ladeira do Descanso. Ela foi o primeiro caminho a ligar a várzea ao Morro do Castelo, ainda em 1567, quando a cidade foi transferida do Morro Cara de Cão, para um local mais seguro, o Morro do Castelo.

ladeira da Misericórdia - foto/ autor desconhecido
reprodução livro Era uma vez o Morro do Castelo


A Ladeira precedeu a Rua da Misericórdia, que é a primeira rua da cidade. Ela foi aberta como prolongamento da ladeira, mas seu nome inicial foi Caminho de Manuel de Brito, porque se estendia até a sesmaria que a ele pertencia, numa península que ficou conhecida pelo nome de Praia de Nossa Senhora, depois Prainha.

A Rua da Misericórdia tem grande importância na história da cidade, pois lá funcionou a primeira Alfândega, a Cadeia, a Câmara, o Tribunal da Relação, que condenou Tiradentes à forca, e os demais inconfidentes à prisão e, ao degredo, e, ali, também se instalou, em 1823, a primeira Assembléia Constituinte do Brasil independente.

sábado, 10 de abril de 2010

O bom humor carioca

Alegria e bom humor são a marca registrada do carioca.
E isso traz leveza na sua superação de momentos tristes, como os de agora , o levanta na busca e na valente luta do seu dia-a-dia pra (re)fazer sempre essa cidade MARAVILHOSA!

Assim, apesar dos pesares, vale " mergulhar" nas "águas" das brincadeiras abaixo, que circulam boca-a-boca, pelas ruas cariocas.

Recebi de uma amiga do RIO QUE MORA NO MAR e repasso pra desopilar...


- Depois de tanta chuva, Eduardo Paes anunciou a construção da Hidrelétrica da Lagoa Rodrigo de Freitas.

- No Rio não se fala mais direita e esquerda. Agora é bombordo e estibordo!

- Se a Maratona do Rio fosse em Abril, o Cesar Cielo ia humilhar!

- Depois do airbag, os coletes salva vidas são os opcionais mais importantes nos carros do Rio.

- O melhor serviço de entrega no Rio é do Submarino.

- Ninguém passa fome no Rio, Bolinho de Chuva é o que não falta.

- Vamos assistir a chuva lá em casa hoje?

- Quem acha que a água do mundo está acabando não mora no Rio.

- Meu passeio ciclístico de hoje fiz de pedalinho.

- Agora sim, os governantes melhoraram a vida do carioca, todos têm residência com vista para o mar.

- O Lula está lançando o BALSA-familia pra ajudar o Rio

- Lula e Cabral cumpriram o prometido: água e esgoto na casa de todo mundo.

- A Marta Suplício recomendou aos cariocas: relaxa e boia!!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ressacas

Em tempos de ressaca, vale o bis do primeiro RIO QUE MORA NO MAR, em sua fase pré-blog, quando foi enviado via e-mail a um grupo de amigos, em 28 de fevereiro de 2008.

Aliás, esse e-mail RIO QUE MORA NO MAR é plagiadíssimo em vários blogs internet a fora e, infelizmente, sem os devidos créditos.

Abaixo, pra você que eu ainda não conhecia, e não enviei,
o legítimo !

*********


" Uma onda nasceu,
calma desceu sorrindo,
Lá vem vindo"
( versos da canção Nós e o Mar, de Menescal e Bôscoli )

"A última e formidável ressaca que devastou e destruiu grande parte da Avenida Beira-Mar merece considerações especiais que não posso deixar de fazer. (...) os grosseiros homens do nosso tempo, homens educados nos cafundós escusos da city londrina ou nos gabinetes dos banqueiros de Wall Street não lhe quiseram ver a grandeza (do mar) e trataram de explorá-lo. De há muito que ele havia marcado os seus limites com a terra; de há muito ele dissera a esta: o teu domínio pára aí e daí não passarás. (...) Tais homens, porém, a pretexto de melhoramentos e embelezamentos (...) trataram de estrangulá-lo, de aterrá-lo com lama. O mar nada disse e deixou-os, por alguns meses, enchê-lo de lama. Um belo dia, ele não se conteve. Encheu-se de fúria e, em ondas formidáveis, atira para a terra a lama com que o haviam injuriado."
LIMA BARRETO - crônica de 1921, na revista Careta


Ressaca na avenida Beira-Mar, 1919

Ressaca na avenida Beira-Mar, 1919, vista do alto
Ressaca 1921, no cais do Mercado Municipal
A grande ressaca na praia do Flamengo,
em 8 de março de 1913, que isolou o Palácio do Catete

Ressaca na avenida Atlântica em 1921,
com a destruição da calçada
Acima e abaixo, ressaca na avenida Atlântica, nos anos 60

Hoje a cidade foi aterrada em vários locais
e mudou seus contornos.
Mas isso não acabou com as ressacas,
que sempre fazem um belo e, ao mesmo tempo,
assustador espetáculo, ao longo da orla.
Mar de rosas,
mar de prazeres,
mar de dores.
É sempre bom respeitar a mãe natureza!


 

Fotos: Carlos Bippus, Augusto Malta e Agencia Globo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Beijos do sol, abraços do mar...

A chuva vai passar e a cidade vai se recuperar porque a cidade é forte, valente, apesar da omissão de quem a dirige e a dirigiu ao longo de décadas, desde Carlos Lacerda e Negrão de Lima, últimos que realmente a governaram com consciência e amor.


Água barrenta na Lagoa Rodrigo de Freitas - O Globo online - reprodução

O sentimento de impotência e fragilidade desaparecerá diante da solidariedade e da união.

Mas deve prevalescer de uma vez por todas a cobrança com o descaso das autoridades, que desde sempre fecharam os olhos para as encostas, invasões, obras sérias de infraestrutura.

CHEGA de placas de inaugurações de obras de fachadas.
CHEGA de só subir morro para discursos, festas e eventos superficiais.
CHEGA de gastar valores necessários à cidade e à população, em benefício de interesses populistas.
CHEGA de invasões de encostas, sempre denunciadas e nunca combatidas.

Nós que aqui nascemos, e vivemos, sabemos que a beleza da nossa cidade não se sustenta, se não houver o cuidado preciso e objetivo.

Nossa cidade vai continuar sendo maravilhosa. Porque ela é maravilhosa não só pela sua natureza privilegiada, mas pela natureza da sua gente.

QUEREMOS SABER o que vai ser feito.
QUEREMOS SABER onde vai ser feito.
QUEREMOS SABER quando vai ser feito.
QUEREMOS SABER porque vai ser feito.

O ceú azul vai voltar e o sol vai despontar. O belo espelho d´água da Lagoa vai substituir a água barrenta.
E que nossa cidade volte a viver, como diz a canção, sob os beijos do sol e abraços do mar.

AMÉM!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Ontem como hoje

Chove há mais de 16 horas no Rio e isso traz de volta a lembrança de outros fortes temporais na cidade. Um dos maiores da história da cidade aconteceu em janeiro de 1966. Cariocas ficaram ilhados, aguardando uma trégua das águas.

A foto do jornal O GLOBO, da época, mostra um flagrante do caos.
Acesso à Avenida Francisco Bicalho

Proximidades do mesmo local , ontem, 44 anos depois

domingo, 4 de abril de 2010

A TV de outro tempo

Em tempos de coelhinho da Páscoa, volta à lembrança um coelhinho querido do final dos anos 50, do início da televisão no Brasil: o Coelhinho Teco-Teco.

Personagem vivido por Virgínia Lane, no início da televisão, na TV Tupi, no programa ela contava e cantava histórias infantis. Tinha o patrocínio das lâmpadas GE e dava presentes e brinquedos a desenhos de coelhinhos em forma de lâmpada.

Quantos desenhos eu fiz e enviei ao Coelhinho...
Virginia Lane em meio às crianças na capa do LP - 1960
O sucesso foi parar em discos, LP, em que narrou diversas histórias, com o mesmo jeito da TV.
  • Meus amiguinhos...vocês sabiam que a raposa é um dos bichinhos mais inteligentes da floresta?…
    ...Era uma vez um menino muito triste, tão triste que ninguém sabia o nome dele.
    Chamavam-no O Menino Triste…
Que tempo!


P.S. Anos mais tarde, em 1994, desenvolvendo o projeto do centenário da Confeitaria Colombo acabei entrevistando, para a pesquisa,  Virginia Lane e conversamos muito. São os traçados da vida.