terça-feira, 14 de outubro de 2008

Vinícius 95 anos!


No próximo domingo, dia 19 de outubro, VINÍCIUS DE MORAES completaria 95 anos.

Por isso, de hoje até lá o RIO QUE MORA NO MAR
vai homenagear, diariamente, o poeta.

Marcus Vinícius de Melo Moraes nasceu em meio a um forte temporal , durante a madrugada, à rua Lopes Quintas, no antigo número 114, ao lado da chácara do avô.
Seu nome cheio de "s" e seus múltiplos talentos fez Sérgio Porto, o impagável Stanislaw Ponte Preta, certa vez dizer que o poeta era plural, por isso se chamava Vinicius de Moraes; do contrário ele se chamaria Vinicio de Moral.
Essa é uma das curiosidades que aqui destacamos nesse primeiro post sobre o poetinha.

Um poeta hipocondríaco
Vinícius de Moraes era uma pessoa com mania de doença, chegando ao extremo de ser considerado hipocondríaco. Seu médico e amigo, Pedro Nava,uma vez teve que encontrá-lo, às pressas, porque Vinícius achava que estava com algum problema.
A história começou quando o poeta ligou para o amigo e disse que precisava se consultar com urgência. Como Pedro Nava não tinha hora e estava indo ver um cliente, combinou com o poeta encontrá-lo em uma esquina de Copacabana. Lá chegando o poeta disse que estava preocupado "porque há muito tempo não me sinto tão bem". O amigo, para não contrariá-lo - na verdade estava louco para rir - , lhe passou umas vitaminas e combinou no consultório, no dia seguinte. A que ponto chegava o poeta por não ter que tomar remédio nenhum!

Primeiras parcerias
Em 1932 ele fez suas duas primeiras músicas, em parceria com os irmãos Paulo e Haroldo Tapajós: um fox-trot chamado Loura ou Morena, no qual ele faz uma declaração de amor a todas as mulheres:
" Se por acaso o amor me agarrar/ Quero uma loura pra namorar/ Corpo bem feito, magro e perfeito/ E o azul do céu no olhar/...Mas se a loura eu não encontrar/ Uma morena é o tom/Uma pequena, linda, morena/Meu Deus que bom.... /";
e a Canção da Noite: "É noite, a lua fulgura no céu/ A calma na terra/ Estende o seu véu/Deitada em seus braços/ Sob o beijo do luar..../"

A idéia para Orfeu
O primeiro ato da peça surge em 1940 em Niterói, na casa de Carlos Leão. Vinícius estava lendo um livro sobre Orfeu e começou a escutar uma batucada que vinha do Morro do Galeão. Aí nascia a idéia de um "Orfeu sambista" de grande beleza interior, desejado pelas mulheres e invejado pelos homens.
O segundo ato só foi escrito quando ele estava servindo em Los Angeles, seis anos depois. Na peça, o Orfeu apareceira no carnaval carioca e buscava sua Eurídice em todas as mulheres. O terceito ato da peça, que perdeu-se na viagem de volta ao Brasil, foi reescrito em 1953, com o apoio do poeta João Cabral de Mello Neto. A peça foi premiada no concurso de IV Centenário do Estado de São Paulo, e em 1954 foi publicado na Revista Anhembi.


Uma pedra no sapato da ditadura
Em 1968, os militares que governavam o País estavam atrás de um pretexto para afastar Vinícius, por sua postura informal e sua atitude contestadora como poeta e letrista da música popular.Após 24 anos de carreira diplomática, o poeta foi exonerado pelo AI-5. Circulando entre os famosos, ganhou notoriedade na mídia internacional, tendo seu rosto estampado em várias publicações, até que um dia um desses jornais parou na mesa do presidente Costa e Silva. O marechal não teve dúvidas, demitiu Vinícius, acusando-o de ostentar um comportamento não condizente com a profissão diplomática. "Ponha esse vagabundo para trabalhar", ordenou Costa e Silva. A frase infeliz se tornou famosa.


O poeta no armário
Além de genial, Vinícius foi também o mais apaixonado e inseguro dos poetas. Nos anos 50, quando namorou a escritora Hilda Hilst - na época com metade da sua idade - morria de dúvidas quanto ao fato de ser correspondido ou não. Certa vez, combinou com os amigos um tira-teima para comprovar se a amada lhe tinha o afeto desejado. Escondeu-se dentro de um guarda-roupa, no intuito de flagrar uma declaração de amor secreta, enquanto Hilda conversava com as pessoas num jantar. Assim que Hilda deixou escapar que sentia a falta dele, Vinícius saltou para fora do armário e gritou, contente: "Está vendo, você me ama, pela primeira vez ouvi você dizer que me ama!"


Amanhã tem mais!

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