quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Feliz Ano Novo!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um carioca que merece, e muito, ser lembrado!

O arquiteto carioca José da Silva Azevedo Neto é praticamente desconhecido da maioria da população carioca. Nasceu há cem anos, em 22 de agosto de 1908 , e trabalhou para a Fundação Parques e Jardins entre as décadas de 30 e 50.

Foi um especialista na criação de áreas de lazer para os bairros.
Dentre seus projetos urbanísticos no Rio de Janeiro temos as praças Nossa Senhora da Paz e General Osório, em Ipanema, Antero de Quental, no Leblon, Saens Peña, na Tijuca, do Lido e Cardeal Arcoverde, em Copacabana. Mas a lista é muito mais longa, com bonitas e marcantes intervenções em todas as regiões do Rio.

Infelizmente muitas reformas realizadas na cidade, ao longo dos anos, desprezaram as características dos seus projetos originais, como a Praça Saens Peña, totalmente modificada, a Praça Cardeal Arcoverde desaparecida com o surgimento da primeira estação de metrô no bairro de Copacabana, a Praça Piassava, na Fonte da Saudade, na Lagoa, que sumiu com a construção do viaduto de acesso ao Túnel Rebouças.
Mas o belo projeto do Jardim de Alah, em Ipanema, se manteve. Jardim de Alah - 1950 - reprodução

José da Silva Azevedo Neto foi destaque de uma bonita exposição em 2006, organizada pela Fundação Parques e Jardins, no Arquivo Nacional, com dezenas de fotos, esboços e projetos do arquiteto.
Um carioca que merece, e muito, ser lembrado.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

VOCÊ SABIA?

O porquê do nome do Jardim de Alah, jardim que delimita os bairros de Ipanema e Leblon?

Reprodução - Renee Haas


O nome é referência ao filme "The Garden of Allah", com Marlene Dietrich e Charles Boyer, que fez muito sucesso há 70 anos atrás, em 1938, na época da inauguração das obras do Prefeito Henrique Dodworth.
Três praças formam o seu conjunto: praça Almirante Saldanha da Gama (próximo à praia), a praça Grécia (próxima à Lagoa Rodrigo de Freitas), e a praça Paul Claudel , a praça intermediária.Com projeto original de José da Silva Azevedo Neto, - importante arquiteto e pouco lembrado - teve inspiração francesa, com caramanchões românticos e inúmeros bancos. A arborização é basicamente formada de amendoeiras e abricós-da-praia. O jardim ladeia um amplo canal navegável - anterior ao projeto do jardim - entre a Lagoa Rodrigo de Freitas e o Oceano Atlântico, no qual foram instalados deques para embarque e desembarque de pessoas. Estava prevista ainda, originalmente, a colocação de gôndolas para passeios na Lagoa Rodrigo de Freitas, tendo a Prefeitura da época chegado a adquirir duas unidades.
Nos anos 50 e 60, era possível alugar pedalinhos para navegar pelo canal, sendo uma opção de lazer muito procurada pelos cariocas.


Reprodução - Arquivo Nacional
Mas de José da Silva Azevedo Neto falaremos mais amanhã.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Estrela de Natal de sempre

Amigos,
Vou tirar uma semana de descanso
(volto 29 de dezembro).

E com a estrela de Natal de sempre,
desejo a todos um
Feliz Natal !
Mesbla Passeio - Reprodução
Clique para ampliar

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

VAMOS LÁ PESSOAL !!!

Falta pouco tempo!

Ele pode ser uma das 7 maravilhas da natureza.
Vamos votar e eleger o Pão de Açúcar, como fizemos com o Corcovado.
A votação está quase se encerrando : termina em 31.12.08
Natureza? Nesse quesito, do Rio ninguém ganha!
Clique AQUI e VOTE!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Procurando detalhes...

Reprodução - Clique na foto para ampliar e ver detalhes

Essa foto de 1967 guarda várias curiosidades como, à direita, as Casas da Banha - posso até ver que o fundo é vermelhão -; o letreiro de um posto Shell e a antiga marca da concha ; o guarda e seu antigo uniforme que incluía o capacete, as roupas masculinas de um tempo anterior às malhas e jeans que dominam o vestuário atual: todos de camisa de pano - lisas! - para fora da calça; o táxi "fusca" que ainda não era amarelo, A programação visual dos ônibus, sempre de listras sobre o fundo prata e o ônibus elétrico, claro, com o elegante motorista de gravata azul e sua numeração de linhas que sempre começava com "E ".

Retrato de um Rio, há pouco mais de 40 anos atrás!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Rumo a Ipanema

Nessa manhã chuvosa, me chama a atenção curiosa foto relacionada à minha Ipanema.
Em meio a um interessante arquivo de fotos antigas, recebido de um amigo do RIO QUE MORA NO MAR - Pedro Calmon Filho - lá estão elegantes senhores engravatados de chapéu e sapatos bicolores, embarcando, no ponto do Cassino da Urca, rumo a Ipanema.

Reprodução

A foto é de 1944, em plena guerra. O ônibus, um Chevrolet "Tigre" que usava, como combustível, o gasogênio.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Em tempo de CDs


Sábado meio nublado, meio chuvoso e vou ouvir o CD Roberto Carlos e Caetano Veloso, que acabara de comprar.
Fez-se o sol na minha casa! Com as lindas vozes, lindas interpretações, lindos arranjos com variações sobre os clássicos de Tom Jobim.
Uau!!!!!!!!! Roberto cantando POR CAUSA DE VOCÊ e Caetano, o QUE TINHA DE SER.
Mas o CD todo é de arrepiar.
Com certeza um dos melhores da safra desse final de ano.
Pra quem viu o show, sabe que vale o bis. Pra quem não viu e ainda não ouviu o CD, ou viu o DVD, vá correndo até a loja mais próxima. Ou torça para ganhar de amigo oculto. Vai ser, com certeza, um dos melhores de sua coleção!
O que tem a ver com Rio? Tudo. A união de dois dos maiores intérpretes e " cariocas" da nossa MPB: o capixaba da Urca e o baiano de Ipanema. E ainda mais. Muito mais. Cantando o saudoso carioca Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim.
Nosso querido Tom.
BRAVO!!!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Embaixadores de um tempo bom!

capa do CD Embaixadores da Folia
Em tempos de confraternizações, reunimos amigos de sala de aula da década de 60, do nosso querido colégio do primário e ginásio, infelizmente distante no tempo.
Entre recordações, brincadeiras e bom bate-papo, todos nós recebemos o CD Embaixadores da Folia, de um dos seus integrantes - obrigada Denis! - igualmente nosso colega de classe.
Em casa com calma, fui ouví-lo, também com a curiosidade despertada pela frase ao lado da capa, que dizia: por amor ao Rio.
Nossa! Realmente amor à cidade, resgatando o clima de um tempo carnavalesco de saudável brincadeira, lirismo, picardia. E o melhor: com músicas atuais e inéditas - marchinhas, marchas-rancho, sambas e sambas de embalo.
No CD dentre outras faixas o belo hino deles, uma marcha-rancho composta especialmente por ninguém menos que o bamba João Roberto Kelly.
Vale muito ter e ouvir!
A sociedade carnavalesca desfila desde 2001 e saiba mais sobre ela no site http://www.embaixadoresdafolia.com.br/.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Mais um bom livro sendo lançado nesse final de ano:
"O REI DO CINEMA ",
com o subtítulo interessante de
" a extraordinária história de Luis Severiano Ribeiro,
o homem que multiplicava e dividia", de autoria de Toninho Vaz.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Um encontro histórico




 Wilson Simonal e Elis Regina,
em Vem balançar de Walter Santos e Tereza Souza.
1966, Fino da Bossa.





quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Leila Diniz

Capa do livro
Alegria, irreverência, audácia.
Três caracteristicas da atriz Leila Diniz,
que ganha biografia escrita pelo jornalista
Joaquim Ferreira dos Santos,
com noite de autógrafos hoje,
na Livraria da Travessa, em Ipanema.
Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que
a repressão dominava o Brasil,
escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquini,
rompeu conceitos através de suas idéias e atitudes.
Foi uma mulher à frente de seu tempo,
que abriu muitos caminhos para um novo olhar
e comportamento feminino,
e que Rita Lee muito bem expressou em um verso
da canção " Todas as Mulheres do Mundo":
“Toda mulher é meio Leila Diniz”.
O livro faz parte da coleção Perfis Brasileiros,
da Companhia das Letras.
VAMOS LER!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Curiosidades...

O grande sucesso atual da temporada carioca, A Noviça Rebelde, teve a primeira montagem brasileira, batizada de ‘Música, divina música’.

Muitos devem lembrar.

Com produção de Oscar Ornstein , o espetáculo trazia no elenco nomes como Carlos Alberto, Djenane Machado, Moacir Deriquem, Renato Consorte, João Paulo Adour, Norma Suely.


Nas fotos, abaixo, para recordar, momentos da primeira versão.

Von Trapp - Carlos Alberto - ao violão - em 1965

Norma Suely, atuando no papel de Maria, substituindo Tereza Cristina

Fotos: reprodução/memorial norma suely

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

ROTEIROS GEOGRÁFICOS DO RIO

VALE A PENA E É GRÁTIS !

Promoção: NEPEC (Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Espaço e Cultura) Departamento de Geografia Humana - Instituto de Geografia / CTC /UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

Informações e inscrições:
Pelo e-mail: roteirosgeorio@uol.com.br ou celular: 8871-7238

(RE)CONHECENDO O CENTRO DO RIO A PÉ
Dia 28 de dezembro de 2008 - domingo
Ponto de Encontro: às 9:50 minutos no Adro do Mosteiro de São Bento (Rua Dom Gerardo 40, 5º andar).
Roteiro:

Mosteiro de São Bento (assiste-se a cinco minutos da missa com cantos gregorianos), Vista Panorâmica da Área Portuária e Baía de Guanabara, Av. Rio Branco, Rua Teófilo Otoni, Av, Presidente Vargas, Igreja Nossa Senhora da Candelária (visita), Centro Cultural Banco do Brasil (intervalo de 15 minutos), Centro Histórico Beira-Mar, Rua Buenos Aires, Beco das Cancelas, Rua do Ouvidor, Travessa do Comércio/ sobrado de Aurora e Cármen Miranda, Praça XV, Paço Imperial e de Isabel de Orleans e Bragança (somente maquete do Centro do Rio), Palácio Tiradentes, Rua São José, almoço (Cinelândia, por volta das 13:30), Cinelândia de arrojado conjunto arquitônico , Catedral Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro (visita), Museu Nacional de Belas Artes (visita).
Término por volta das 16 horas.

ROTEIRO NOTURNO NO CENTRO DO RIO A PÉ
Dia 30 de dezembro de 2008 – 3ª feira- Às 20:50h
Ponto de Encontro: no Adro da Catedral Presbiteriana
Roteiro:
Prédios iluminados da CATEDRAL EVANGÉLICA DO RIO DE JANEIRO E REAL GABINETE PORTUGUÊS DE LEITURA . Igrela N. S. da Lampadosa, Av. Passos - Território da DASPU, PRAÇA TIRADENTES dos teatros seculares dos modernos hotéis; -RUA DA CONSTITUIÇÃO, LAVRADIO dos antiquários e casas de show; ESPLANADA DE SANTO ANTONIO ; Largo Braguinha. Mem de Sá dos sobrados exuberantes, samba de raiz, marchinhas,...; e mitológica malandragem; SECULARES E SIMBÓLICOS ARCOS DA LAPA - RUA JOAQUIM SILVA - ESCADARIA SELARON - LARGO NELSON GONÇALVES - SALA CECÍLIA MEIRELES.

Término por volta de meia noite

Cada roteiro será limitado a 50 participantes.
Com tempo chuvoso, roteiro é adiado.

domingo, 7 de dezembro de 2008


Encerrando a semana , A GRANDE DAMA do SAMBA ,
Dona Ivone Lara!

Clique e ouça Tendência, sua composição em parceria com Jorge Aragão.

sábado, 6 de dezembro de 2008

A cor da escola

trechos da reportagem publicada no O GloboOnline

A pedagoga Maria Lúcia Rodrigues teve a sorte de esbarrar com fotos do fim do séc XIX e início do XX que comprovam que a inclusão de professores negros nas escolas aconteceu bem antes de 1960.As imagens e sua pesquisa foram transformados no livro “ A cor da Escola - Imagens da Primeira República”. Ele conta a história dos pimeiros professores e alunos negros entre 1889 e 1930 nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso, onde ocupavam cargos de destaque nas escolas públicas - eram diretores e representavam boa parte do quadro de docentes, onde alunos brancos e negros dividiam a mesma sala de aula, em semelhante proporção.
“ Entre 1910 e 1930 ocorreu um branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula." diz a pedagoga.
A partir da era da imigração européia, foram criadas regras para afastar os negros. A reforma de 1927 dizia que professores com mais de quatro obturações dentárias, sem alguns dentes ou não nascidos no Rio de Janeiro não eram aceitos nas escolas e se criou um estímulo à aposentadoria. Com os alunos aconteceu de forma semelhante,através do preenchimento de um formulário, mais para ficha médica, que discriminava os mais pobres, em sua maioria negros.

A capa do livro - Escola Rodrigues Alves - RJ - 1914

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Ismael Silva


Apesar de nascido em Niterói, foi lá pelo lados do Estácio, na década de 20, onde morava, que começou a compor e se tornou conhecido nas tradicionais rodas de samba do bairro, junto com outros gandes compositores da época, como Bide.
Em 1928, com os principais sambistas do Estácio, reuniu integrantes dos blocos de sujos existentes no bairro, e fundou a Deixa Falar, a primeira escola de samba do Rio de Janeiro. Segundo ele próprio, seria de sua autoria a expressão "escola de samba", por analogia com a Escola Normal existente no Estácio, bairro de onde saíram os "professores" de samba.

"Nasceu a Deixa Falar que tinha como organização
e exigência a presença de diversos elementos
que se perpetuam até hoje.
As baianas, exigência minha, o mestre-sala,
o porta-bandeira e destaques.
Não havia enredo no princípio
– no primeiro ano em que a Escola desceu –
saída do Buraco Quente, na Mangueira,
não havia nenhuma determinação temática
e para não dispersar e manter tudo certo,
arrumadinho, tivemos que criar o ritmo.
O segundo desfile já foi feito com enredo,
era uma versão nossa da Divina Comédia,
com baiana e tudo! "
Ismael Silva

A escola desfilou pela primeira vez em 1929 e depois nos carnavais de 30 e 31, , não chegando a participar do primeiro concurso oficial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, organizado em 1932 , pelo Jornal Mundo Sportivo.
Dizia, levantando polêmica, que o primeiro samba Pelo Telefone não era samba, era maxixe. Pra ele samba é batucada. Pelo Telefone, não era.
Ismael Silva fez belas canções sozinho ou com parceiros verdadeiros como Noel Rosa, já que vendia muitas canções ou parcerias pela vida difícil . Assim, foi o verdadeiro autor da maioria dos sambas de sucesso cantados por Francisco Alves, que lhe propôs a compra das composições, num acordo mais tarde desfeito.
Ao longo de sua vida passou vários períodos de afastamento e esquecimento, apesar do talento, mas sempre reaparecendo com sucesso, como aconteceu na década de 50 com o samba Antonico - depois de sumiço na década de 40 - ; após 64 no Zicartola e no Teatro Opinião.
Suas belas composições como Adeus, Se você jurar, dentre outras, até hoje são lembradas e cantadas.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Silas de Oliveira

Nascido no subúrbio de Madureira, em 1916, desde menino freqüentou as rodas de samba, apesar da resistência do pai, professor e pastor protestante . O pai, dono do Colégio Assumpção, arrumou uma vaga de professor de Português, tão logo concluiu o Científico, pretendendo que ele abandonasse o gosto pela música.
Ledo engano. Acaba conhecendo Mano Décio, e através dele, o jovem de classe média sobe os morros cariocas atrás das rodas de samba e freqüenta os tradicionais pagodes nas casas das tias baianas.

Silas de Oliveira é considerado o criador do samba-enredo e o mais importante compositor desse estilo, de todos os tempos. Pela estrutura de sua melodia e letra, maneira da introdução de temas e divisões.
Em 1947, um decreto oficial do então Presidente da República Getúlio Vargas, exigia que as escolas desfilassem com temáticas nacionalistas em seus enredos. Silas de Oliveira e Mano Décio tinham composto o samba-enredo Conferência de São Francisco - conhecido também por A Paz Universal - , para a escola de samba Prazer da Serrinha, agremiação carnavalesca da qual faziam parte, mas seu presidente não aceitou a inovação e cancelou a apresentação no momento do desfile. Dias depois era fundado o Império Serrano, por descontentes, dentre eles, Silas de Oiveira.
Silas dedicou 28 anos de sua vida ao Império Serrano e nesse período fez 16 sambas-enredo para a escola, dos quais 14 foram apresentados no desfile oficial.
Dentre seus sambas , alguns se tornaram-se clássicos do gênero, Os Cinco Bailes da História do Rio – em parceria com Dona Ivone Lara e Bacalhau , de 1965, Heróis da Liberdade, de 1969, em parceria com Mano Décio e que teve problemas com a censura do regime militar, e é aclamado como o melhor samba-enredo de todos os tempos.
Outro clássico é Aquarela Brasileira, de 1964, que guarda a curiosidade da chegada da triste notícia de que Ary Barroso, o homenageado do enredo, havia acabado de morrer, no momento em que a Império Serrano ia entrar na avenida para o desfile, em 9 de fevereiro de 64.
O nome de Silas de Oliviera, após sua morte em 1972, foi dado à principal rua da favela do Morro da Serrinha, morro que divide os subúrbios de Vaz Lobo e Madureira.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Paulo da Portela


Paulo Benjamin de Oliveira ou Paulo da Portela nasceu no bairro da Saúde em 1901 e viveu por muitos anos na Praça Onze, até se mudar para Oswaldo Cruz, subúrbio carioca, no início da década de 20.
Fundamental na história cultural brasileira , sua trajetória se confunde com o surgimento do samba no Rio de Janeiro, onde contribuiu para que o ritmo, como era cultivado nos morros e na praça Onze, ganhasse visibilidade, tornando-se popular e bem aceito.
Conhecido pela sua elegância e educação, transferiu isso para a mudança da imagem estereotipada e preconceituosa que se tinha a respeito do sambista, de malandro e vagabundo, para a de artista de respeito. Para isso, ele impôs vestuário próprio para sua agremiação, e defendia que todos estivessem devidamente vestidos. O grupo se tornou conhecido como "cabeça e pescoço tapados", pela obrigatoriedade de trajar chapéu e gravata, como ele sempre trajava, em qualquer ocasião.
A Escola de Samba Portela teve como embrião o Conjunto Carnavalesco Escola de Samba de Oswaldo Cruz, por ele fundado, e antes de se estabelecer na Estrada do Portela, a agremiação teve várias sedes provisórias. A primeira foi na sua própria casa, e a mais curiosa foi um vagão no trem que saía da Central do Brasil em direção ao subúrbio, onde os sambistas se reuniam diariamente para ensaiar. Daí a tradição do trem do samba que nos dias atuais é revivida.
Paulo além de compor sozinho também teve parceiros igualmente ilustres como Cartola, Heitor dos Prazeres, Monarco e seus sambas foram gravados por grandes nomes do rádio, como Mário Reis e Carlos Galhardo.

Uma de suas belas composições é Uma Linda Guanabara

Como é linda nossa Guanabara
Jóia rara que beleza
Quando nosso céu está todo azul, anoitece
O céu se resplandece
Em seu bordado de estrela, vê-se o Cruzeiro do Sul
Pão de Açúcar, poderoso
Fiel companheiro de nossa baía
Vigilante, não dorme um só instante
Guardando a riqueza que natureza cria

Foi homenageado pela Portela em 1984, no enredo Contos de Areia, que deu o 21º campeonato do Carnaval do Rio de Janeiro à escola.

Hoje, Paulo da Portela é nome de praça no seu bairro do coração, em Oswaldo Cruz.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dia 2 de dezembro - DIA NACIONAL DO SAMBA !

De origem africana o SAMBA no Rio surgiu lá pelos lados Gamboa e da Saúde, em festas nas casas das tias baianas, incorporando outros gêneros como a polca, o maxixe, o lundu, primeiramente com rodas de partido alto e , com o tempo, tomando sua forma peculiar.

Em 1933, Orestes Barbosa, cronista e compositor, afirmou que o samba era um patrimônio da cidade do Rio de Janeiro como um todo. Dizia que o "samba é carioca" e que cada região da cidade do Rio de Janeiro havia "temperado" as marcas desta origem, criando um idioma musical próprio.
"No morro vive um lirismo exclusivo, uma filosofia como que olhando a claridade do urbanismo que, afinal, olha para cima, atraído pelas melodias, e sobre, então, para buscá-las e trazê-las aos salões... uma síntese de inteligência".

Durante um tempo esse ritmo e seus seguidores foram perseguidos. Uma passagem retrata esse tempo infeliz, que hoje se tornou um fato curioso. A Polícia carioca sempre "confiscava" o pandeiro do compositor João da Baiana. Só o deixou em paz quando o então poderoso senador Pinheiro Machado lhe ofertou um instrumento novo, com a inscrição: "Com minha admiração ao João da Bahiana, Pinheiro Machado". Os policiais que o abordavam desconversavam quando ele lhes mostrava a dedicatória.

Do primeiro samba gravado - Pelo Telefone, de Donga e Mauro de Almeida - até os dias de hoje o samba se mantém vivo e cada vez mais marcante em suas diversas facetas. Das rodas da Pedra do Sal, aos morros e às escolas de sambas; do breque do Moreira da Silva, passando por Assis Valente e Cartola. Carlos Cachaça ou Billy Blanco; Silas de Oliveira ou Sinhô; Sinval Silva ou Herivielto Martins; Ataulfo Alves ou Altay Veloso ;Noel Rosa ou Zeca Pagodinho e tantos outros.

Durante esta semana ele será nosso homenageado.

Violão
Pandeiro
Tamborim na marcação
E reco-reco
Meu samba
Viva meu samba verdadeiro
Porque tem
Teleco-teco
( Billy Blanco)
VIVA O SAMBA!


segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Um banquinho, um violão na escola!

Começo dezembro com uma notícia que li ontem e faço questão de reproduzir. Notícias como essa fazem a diferença.

Escola em Pedra de Guaratiba alfabetiza mais rápido com Tom e Vinicius
Bruna Talarico, Jornal do Brasil



As 30 crianças cantam baixinho. É que, ensina a professora, a bossa nova começou em apartamentos de paredes finas da Zona Sul, onde a música incomodava os vizinhos. Hoje, 50 anos depois dos encontros às escondidas, as canções de Tom Jobim, Vinicius de Moraes e João Gilberto ensinam a ler e escrever alunos de 6 e 7 anos de uma escola municipal de um bairro de classe baixa da Zona Oeste da cidade.
Lá, a bossa nova afastou os pequenos do funk, foi ensinada aos pais e levou mais que perspectiva para onde a informalidade é destino certo de grande parte da população.

As casas muito engraçadas – sem teto e sem nada – cantadas por Vinicius são erguidas pelos pais dos alunos da Escola Municipal Professora Elisa Joaquina Daltro Peixoto, em Pedra de Guaratiba, a 60 quilômetros do Centro.
A maioria das famílias, migrante da Paraíba, trabalha nas obras da comunidade do Piraquê, vizinha da escola, e oferece à criançada vocabulário e cultura limitados.
Mas, desde o início do ano, quando a professora Andrea da Silva Milheiros começou a alfabetizar os alunos usando a separação das sílabas das letras mais famosas da bossa nova, o Samba do Avião revelou a letra a; A bicicleta ilustrou o b; e A casa introduziu o c. Fora dali, o cotidiano da meninada deixou de lado a mulher melancia para incorporar a Garota de Ipanema.
– Eu esqueci um pouco do funk – conta Alex da Conceição, 7 anos. – E quando ando de bicicleta eu até canto a música (A bicicleta, de Toquinho).
O companheiro Daniel Mesquita, da mesma idade, complementa, sem esperar:
– O importante não é que a gente sabe cantar, é que a gente sabe as palavras. Já sonhei com as aulas, e ensaio as músicas em casa.
Ao contrário dos tempos dos apartamentos de paredes finas, na sala da 1001 tudo é alvorço. E felicidade. Os meninos e meninas têm sempre uma resposta e a impetuosidade de quem já começa a entender as palavras. Tudo por conta das aulas cheias de bossa da tia Andrea.
Da Garota de Ipanema, sabem que o corpo dourado não é de tinta.
– Dourado é bronzeado, tia – dispara uma aluna à reportagem do JB.
Mais adiante, outro pequeno interrompe, sem cerimônia.
– São pessoas que trabalham – referindo-se aos executivos que procuram a bicicleta na letra de Toquinho.
Já a casa feita com muito esmero, todos sabem, agora, que é aquela feita com vontade.
– E amor também, é quando a gente quer muito – grita a turma, quase em coro.
Assim, os alunos terminaram em em um ano a alfabetização, que levaria três pelo sistema de ensino da rede municipal.
– Eles se envolveram – comemora Marina Gonçalves, diretora da escola. – Tudo isso mostra que deu certo, e tudo o que dá certo é sempre uma soma.
PARABÉNS à professora Andrea da Silva Milheiros !